domingo, 15 de maio de 2011

Privacidade


Maio o mês das Noivas, e eu na correria, me preparando para subir ao altar pela terceira vez. Sim vou subir ao altar novamente, mas na condição de madrinha. É tudo muito bonito, emocionante, com certeza é o grande e sonhado dia da maioria das mulheres, até daquelas que não são tão românticas assim. E falando em casamento me veio a cabeça a convivência diária com o companheiro, aquele que foi escolhido para compartilharmos todos os dias e todos os momentos de nossas vidas. Receio que muitos não se dão conta do quanto isso é complexo. O mais comum é ver corações apaixonados idealizando a cerimônia de casamento perfeita, a viagem de lua de mel para aquele lugar paradisíaco, mas basta amor e paixão para se casar?Conversando com um grupo de amigas dias atrás e ouvindo cada uma comentar sobre seu relacionamento, fui percebendo uma coisa muito complicada e que no meu ponto de vista acaba abalando pouco a pouco sentimentos até então sólidos: a invasão de privacidade. Muitos confundem namorar, casar, como se tivesse a posse da vida do outro, esquecem que relacionamento a dois é compartilhar momentos, é ter confiança, cumplicidade, são duas cabeças que em algum momento não vai ter as mesmas idéias e opiniões, e saber lidar e RESPEITAR o modo do outro agir e pensar. Podemos expor nosso ponto de vista, mas não exigir que o outro passe a pensar como a gente, casamento não é a “fusão” de duas cabeças e dois corações, muito romântico ouvirmos que “agora somos apenas uma pessoa”, mas na pratica, no dia a dia isso não funciona. Não somos duas cabeças que se fundiram e se tornaram uma cabeça pensante, somos dois seres humanos com pensamentos próprios, idéias próprias, com nosso estilo único de ser. E no meio em que convivo o que mais vejo são companheiros entrando num relacionamento sério acreditando que vai “moldar” o jeito do parceiro (a) viver e encarar a vida. Como é comum não se ter mais a privacidade de atender uma ligação no celular sem ter que explicar com quem estávamos falando, o porquê aquela pessoa ligou e por aí vai... e se deixamos o celular por 02 minutinhos largado num canto e nos afastamos, lá está o outro fuçando no aparelho pra ver se recebemos mensagens, para quais números ligamos. Eu particularmente tenho pavor dessas coisas, e nessa conversa com amigas deixei claro esse meu ponto de vista, eis que fui abordada com a seguinte pergunta: “Mas você nunca tentou mexer num celular só por curiosidade?”. Eu não teria motivos pra mentir, nunca fiz isso embora oportunidades nunca faltassem, mas eu sempre me contive e imaginei se fosse o oposto, vê alguém revirando minha bolsa, tentando acessar a minha conta de email pra ver com quem converso virtualmente ou que tipo de conversa mantenho. Nunca suportei esse tipo de comportamento, admiro profundamente pessoas que sabem respeitar o espaço alheio. E olha que isso anda difícil... as pessoas já entram num relacionamento com um pé atrás, já desconfiadas e acreditando que quando abrimos a carteira do marido, ou mexemos nos bolsos da calça em busca de um bilhetinho, seja demonstração de amor, afinal quem tem ciúmes é quem ama, e quem não segue esses padrões de comportamento é porque não ama o bastante (como já me falaram). Dividir nossa vida com alguém não significa sufocar, querer saber de cada passo, cronometrar no relógio o tempo certo que o outro tem que gastar pra chegar em casa, e se ultrapassar esse tempo já é motivo de brigas. Ficar cheirando a camisa pra ver se sente perfume de outra, criar endereços de MSN falsos e mandar convite para o companheiro só pra testá-lo e ver se ele vai aceitar. Já vi casamentos acabarem por motivos como esses que descrevi, aí vem a família, os amigos e diz que motivos como esses não devem ser tão importante como a amor entre o casal...mas amor não inclui respeito, confiança e liberdade? Tenho amigas que simplesmente proíbem o namorado/marido de usarem MSN, terem conta no Orkut, porque não admitem sequer que o companheiro tenha amizades com pessoas do sexo oposto. Muitos homens vão dizer que comportamentos como esse é coisa de mulher, mas não são não, muitos homens tem esse comportamento também.  Casamento é muito bacana quando acontece entre pessoas que entendem que vamos passar a conviver com alguém que por mais afinidades que tenha conosco, sempre vai ser diferente em muitos pontos e vamos ter que saber respeitar isso assim como queremos ser respeitadas em nossas diferenças. Casamento é saber que são duas vidas que estão se juntando e vão continuar sendo duas vidas, duas pessoas com personalidade própria, que tem seu circulo de amizade, seu celular, seu email. É parece até absurdo, mas têm casais que impõem que um tenha acesso à senha de email do outro, e tudo isso é em nome do amor... isso um dia cansa, desgasta o relacionamento. Gosto sempre de ressaltar que aqui coloco o meu modo de ver os fatos e cito situações que conheço. Evidente que não sou dona da verdade, e o bacana em qualquer tipo de relacionamento são justamente essas diferenças de ponto de vista que nos faz ver varias situações por ângulos diferentes... E lembrando que NÃO invadir o espaço do outro NÃO significa FALTA DE AMOR e sim RESPEITO , porque quem ama respeita e dá um voto de confiança! Mas e você o que pensa sobre esse assunto?

5 comentários:

  1. Até que enfim uma mulher que pense desse jeito, pq a maioria quer casar pra por coleira no homem, depois reclamam que nós não queremos compromisso mais sério, que fugimos do casamento.Valeu Drinha Dri por essa postagem

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  2. Boa tarde Drinha Dri,
    Admito que sempre quis compreender melhor o que se passa na cabeça das mulheres, por isso visito muitos blogs femininos em busca de explicações sobre esse universo das mulheres. Fiquei muito surpreso com o seu blog, mas exatamente com seu modo de se expressar. Com todo respeito, sorte do homem que faz parte de sua vida, o eleito pelo seu coração, pq vc demonstra entender o q esperamos de um relacionamento a dois, o espaço que cada um tem o direito de ter e ser preservado. Talvez eu tenha idade pra ser seu pai e tento entender as mulheres até hoje quando vejo o comportamento de minhas filhas em relação aos namorados, a conspiração feminina de truques pra descobrir se o namorado é fiél ou não, vejo que deixam de curtir essa época boa do namoro pq vivem preocupadas demais em saber se existe outra ameçando o que elas acreditam ser um namoro feliz, acreditam que controlando a vida de um homem elas tem menos chances de serem enganadas e traidas. Acho que só a vida, a maturidade é que vai mostrar a elas que sentimento de posse não é amor e que possessividade não traz felicidades. Tudo de bom pra vc não sei se isso acrescenta mas se realmente pensa dessa forma está no caminho certo pra viver um relacionamento intenso e feliz pq o que queremos são companheiras pra valer e não que algemem nossa alma e distorçam nossa personalidade! Abraços

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  3. Agradeço a vc Luis Claudio e ao Sr. Marcos Jr. pelos comentários, o ponto de vista masculino é também sempre muito bem vindo e com certeza acrescenta muito sim! Obrigada...

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  4. Oi Dri vi seu post e decidi deixar meu comentário. Meu ex era assim me controlava e no começo eu gostava achava que era sinal de que ele me amava muito e tinha medo de me perder,meu pais falava que não era certo ele fazer eu mudar meu modo de me vestir porque ele me proibia de usar saia e eu adorava saia mas pra naum arrumar confuzao eu passei a me vestir do jeito que ele pedia sempre de calça comprida, deixei minhas amizades de lado porque ele tinha ciumes, tive que excluir meu orkut, facebook pq ele exigiu pediu pra eu escolher ele ou essas coisas eu aceitava tudo, fazia tudo porque eu não queria perder ele mas quando fui trabalhar de secretaria ele começou a achar que meu chefe dava em cima de mim, nada haver, um dia choveu muito e era caminho peguei carona com meu chefe , eu e mais uma colega do serviço, achei melhor contar para o meu noivo antes que outra pessoa falasse, no fim ele apareceu no meu serviço e xingou meu chefe fez um barraco e acabei perdendo o emprego, e pra finalizar eu acabei descobrindo que ele tinha engravidado uma moça que era vizinha dele, eu nem desconfiava porque eu achava que todos esse jeito dele era por me amar demais. Minha mãe diz que foi melhor assim e que não achava certo eu deixar de usar as minhas roupas que eu gostava, deixar minhas amizades e perder um emprego por causa do ciume dele. Não estamos mais juntos mas eu não consigo deixar de pensar nele e ando muito triste com o fim do noivado mesmo sabendo que eu não tinha liberdade pra mais nada nem pra trabalhar em paz por causa do jeito dele. Minha irma sempre fala que eu era um cordeirinho nas mãos dele e que tenho que esquecer ele to tentando mas no fundo sei que mesmo que ele não tivesse me traido engravidado outra a gente naum ia da certo porque um dia eu ia acabar cansando né de ser do jeito que ele mandava e não du jeito que eu sou. bjokas

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  5. Obrigada Dani pela participação. Você disse que anda triste com o fim do noivado, mas dê tempo ao tempo e essa tristeza vai passar viu...O tempo é um grande aliado! bjs

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©2007 '' Por Elke di Barros